domingo, 21 de maio de 2017

Relato de uma viagem mais que interessante

Saímos de Belo Horizonte em um voo direto para Buenos Aires no dia 08/05/2017. Ocorreu tudo como o esperado, nada de atrasos ou imprevistos. Começamos muito bem!!! Durante a viagem, que se estendeu até o dia 12/05/17, ficamos o tempo todo muito atentas ao local no qual estávamos inseridas para que pudéssemos aprender, vivendo, sobre aquele povo banhado pelo Rio De La Plata e sua cultura.


Apesar de nos encontrarmos no nosso continente e a menos de 4 horas de avião da nossa casa, parecia que estavamos na Europa. Tentamos, então, compreender como isso era possível, por que a Argentina se assemelha tanto a Paris ou, algumas vezes, a Madri. Descobrimos que, literalmente, a cidade portenha tinha sido construída aos moldes Europeus. A elite argentina, no período de construção da cidade, almeja morar aqui na América, mas sentir como se morasse na Europa, por isso as ruas, estilos de construção e até mesmos os costumes são tão "europizados". 



Embaixada Brasileira em Buenos Aires


Igreja em estilo gótico na cidade do Tigre


A respeito da geografia urbana pudemos observar que nos bairros mais centrais o valor do metro quadrado é bastante elevado fazendo com que ocorra em Buenos Aires um processo de segregação socioespacial, ou seja, são nas periferias que, na maior parte das vezes,  residem aqueles menos favorecidos economicamente. Outro aspecto estudado foi a gentrificação do bairro Porto Madero, local que foi o primeiro porto da cidade porém estava abandonado e, entretanto, foi recentemente reestruturado dando origem a um bairro moderno e com o maior valor por metro quadrado da cidade, ou seja, saiu do abandono e da ocupação por classes baixas para dar origem a um bairro nobre e moderno. 

 
Ponte de las Mujeres - Porto Madero

Porto Madero

Navio Museu - Porto Madero

A cidade argentina é muito plana o que, de certa forma, facilita o transporte urbano. Entretanto, não sabemos se foi por causa das baixas temperaturas que vivenciamos, não encontramos muitas pessoas se locomovendo de bicicletas, apesar de haverem, na maior parte da cidade, ciclovias. Por outro lado, os ônibus coletivos são bastantes utilizados pela população. Infelizmente, não tivemos a oportunidade de experimentar desse tipo de transporte, mas observamos que a avenida 9 de Julio, por exemplo, apresenta duas faixas centrais exclusivas para os coletivos e que, ao contrário do que acontece em BH, além delas estarem ali, também funcionam, o que ajuda muito na agilidade e eficiência desse tipo de transporte. Apesar de não termos andado de ônibus, pudemos andar um pouquinho de metro. Como outras estações que conhecemos, é bom tomar cuidado para não se perder, porque são verdadeiros labirintos. A passagem é barata, cerca de 2 pesos, mas também, nesse aspecto, não podemos comparar Buenos Aires a Europa. Esse transporte público não é tão confortável e o cheiro de mofo devido as infiltrações nas estações é inegável. Outra coisa que vale dizer é para você não, literalmente, dormir no ponto, porque, você pode estar saindo ou entrando, mas a única certeza é de que quando der os segundos estipulados pelo sistema a porta vai fechar, você saindo ou não dali vivo. 

Assim como os outros pontos turísticos da cidade, o Cemitério da Recoleta está em perfeito estado. Comparando com o Brasil, sentimos que a necessidade dos argentinos perante a preservação da sua história é bem maior que a nossa, talvez por causa do nacionalismo tão presentes no cotidiano portenho. Em relação ao cemitério, que mais parecia uma cidade, percebemos o cuidado e respeito que a população tem com o local. É imprescindível mencionar o peso histórico de lá, ainda mais com o túmulo de uma das pessoas mais queridas da Argentina: Eva Perón. A arquitetura local, compostas pelos magníficos jardins é impressionante.Um ponto turístico que vale muito a pena visitar! O Estádio La Bomboneira foi, sem dúvidas, um outro ponto muito esperado da viagem. Para aqueles que gostam de futebol, a visita traz um sentimento inexplicável. Vídeos, troféus, fotos e muitos sorrisos apaixonados pelo esporte marcaram a nossa visitação. É realmente muito lindo o passeio, o entorno do estádio e é claro, os olhinhos brilhantes daqueles que aguardaram ansiosamente por este momento!

 
Cemitério da Recoleta
Túmulo de Eva Perón


Agora na gastronomia, para você que está acostumado com pratos temperados e salgados, do jeitinho Brasileiro, já pode ir se preparando.Apesar do destaque argentino quando se diz respeito as carnes, o "gostinho brasileiro de se temperar" fez bastante falta. Além disso, enquanto aqui, no Brasil, os pratos vem com uma variedade de cores e sabores, o máximo que você vai encontrar por lá, são pratos com 3 componentes (sendo, quase sempre, dois deles a carne e a batata, seja ela frita ou purê). E a salada? Pode esquecer. A não ser que peça um prato exclusivamente verde, que, por sinal, será muito bem servido, com uma grande variedade de folhas e legumes e até algumas lascas de frango, sua refeição quase nunca virá acompanhada por uma salada similar à que estamos acostumados. Apesar da diferença, fomos muito bem servidas por lá, e adoramos experimentar o que a gastronomia argentina nos ofereceu, já que buscamos sempre viver mesmo a cultura portenha, nos arriscando em restaurantes frequentados pela população cotidianamente.Apesar da comida ser saborosa, nos restaurantes que fomos não fomos bem atendidas. Conversando com nosso guia argentino, ele nos explicou que realmente seus conterrâneos não se dão muito bem quando a tarefa é servir. Mesmo a gente avisando antes que iríamos a certo local em determinado horário, vivemos situações em que o garçom simplesmente falava que tinha acabado a massa solicitada. Portanto, nessas horas muita paciência e lembre-se que é um traço já cultural deles (e que os próprios argentinos sentem vergonha disso!!!). 


Ficamos impressionados com a força do tango no país. A dança típica, além de fazer sucesso com os turistas, tem uma forte adesão pelos nativos, principalmente por trazer um sentimento de nacionalismo, de união do povo argentino. A arte, considerada uma das mais difíceis dança à dois, é bastante aperfeiçoada e passa a impressão que está sendo praticada com uma enorme facilidade, e os dançarinos, vestidos à caráter, impressionam com a agilidade dos movimentos e a teatralidade envolvida no processo,  que, muitas vezes, ocorre ao ar livre na rua. Juntamente com essa arte, ficamos impressionadas com o Teatro Colón. Cada detalhe, pensado para compor o lugar da melhor forma possível, trouxe uma enorme admiração por parte de nós turistas. A energia, trazida pelos acontecimentos no teatro, é impressionante, o respeito à essa história é essencial e importantíssimo. Com uma arquitetura louvável, o teatro foi uma parte marcante no nosso passeio.
 
Dançarinos na praça - bairro San Telmo 
Teatro Colón

Palco e  plateia central do Teatro Colón

Plateia lateral ao palco - Teatro Colón

Interiores do Teatro Colón

Vitrais - Teatro Colón

Frente do Teatro Colón

Um alerta que devemos fazer é a respeito do dinheiro. Pelo menos atualmente, você pode chegar lá na Argentina e ter a sensação de que está rico. Entretanto, não se engane!!! Como a nossa moeda é trocada por cerca de 5 pesos argentinos, em um primeiro momento realmente o pensamento é: "que bolo de notas!!!! Vou comprar essa cidade inteira.". Mas, não se preocupe!!! Vá a um kiosco (pequenos estabelecimentos que vendem de tudo um pouco e tem um a cada esquina) e compre um alfajor (uma unidade ok?!). Será uns 25 pesos! E depois um cafezinho por 70 pesos.... e assim vai, você comprando tudo e ficando logo sem dinheiro. A Argentina está em crise, por isso a inflação é alta e o poder de compra se torna reduzido. 

Outra dica para você é não deixar de passear pela Calle Florida, a famosa pelas lojinhas e artistas de rua. Pela nossa experiência, foi o melhor local para comprar as famosas lembrancinhas e também os pacotes com 10 alfajores que todo mundo quer trazer pra casa. O shopping Galerias Pacífico, também merece ser visitado para que você contemple um estilo de shopping center totalmente diferente daquilo que conhecemos. Além de ser um centro de compras, o aspecto cultural está totalmente inserido ali, desde o teto todo pintado no estilo clássico até um centro cultural, que quando visitamos contava com uma exposição contemporânea. O bairro La Boca, onde encontramos o famoso Caminito, também merece sua atenção. Será diferente de todo o resto da sua viagem, mas será incrível a experiência de ver de perto todas aquelas casas coloridas que foram construídas por imigrantes.

Galerias Pacífico

Detalhes no teto da Galerias Pacífico
 
Casas construídas por imigrantes em El Caminito
El Caminito

El Caminito

El Caminito





Esperamos ter dado boas informações. 

Casa Rosada ao fundo

Ana Beatriz e Clara Luz - 2A

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