Definição de Planejamento Urbano
O planejamento urbano é o processo de idealização, criação e desenvolvimento de soluções que visam melhorar ou revitalizar certos aspectos dentro de uma determinada área urbana ou do planejamento de uma nova área urbana em uma determinada região, tendo como objetivo principal proporcionar aos habitantes uma melhoria na qualidade de vida. O planejamento urbano, segundo um ponto de vista contemporâneo (e, em certa medida, pós-moderno), tanto enquanto disciplina acadêmica quanto como método de atuação no ambiente urbano, lida basicamente com os processos de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano. A interpretação destes processos, assim como o grau de alteração de seu encadeamento, varia de acordo com a posição a ser tomada no processo de planejamento e principalmente com o poder de atuação do órgão planejador.
Buenos Aires
foi uma cidade marcada pelo planejamento urbano tradicional. Adrián Gorelik,
arquiteto e historiador urbano argentino, no texto Buenos Aires: el fin de la
expansión considera que o planejamento urbano com o desenho em quadrícula,
juntamente com o alto investimento do Estado em infraestrutura pública urbana,
foram os responsáveis por inserir na cidade o grande contingente de imigrantes
que vieram em busca de trabalho durante a sua primeira fase de expansão
(segundo o autor, entre os anos de 1870 e 1920, quando a cidade passou de 180
mil habitantes para quase 2 milhões, se manteve sempre maior que 50% a
população extrangeira). Para Gorelik, a quadrícula urbana foi o elemento
organizador do espaço central para que a cidade crescesse de forma igualitária.
A quadrícula
foi um diagrama muito criticado por ser demasiadamente tradicional (segundo
Gorelik, trás a memória da quadrícula das Indias) e demasiado moderno (sua
configuração é mais favorável à exploração capitalista do solo). Porém, no caso
de Buenos Aires, a quadrícula foi responsável por unificar o traçado urbano,
demarcando o centro tradicional e ligando-o com os novos suburbios populares.
Nesta
lógica, o que observamos é que cada cidade busca insistentemente qual será sua
grande atração no cenário global. Atração do ponto de vista arquitetônico
(grandes projetos com as últimas tecnologias construtivas e grandes nomes da
arquitetura assinando os projetos), do uso (espaços marcados com usos variados,
porém sempre voltados para o consumo – turismo, setor hoteleiro, escritórios,
spas, lofts de luxo), da modificação (qual será o espaço requalificado). Para
isso não economizam esforços, e entra em cena a parceria público-privada, tanto
para investimentos e quanto para os processos decisórios.
A
participação privada na construção da cidade faz com que a revitalização seja
entendida como negócio. Tanto a escolha do local quanto a escolha do programa
passam pela avaliação da rentabilidade econômica do projeto. O papel do Estado,
nesse caso, é central. O estado é o dono das grandes áreas que são passiveis de
serem renovadas (antigos portos, estações de trem, bairros centrais) e o Estado
é responsável pela legislação sobre o uso do solo e as taxas de ocupação dos
mesmos, ou seja, pode controlar o nível de lucro da construção – permitindo se
edificar mais ou menos e o que edificar.
Fontes:
Grupo:
Ana Catharina, Pedro Tolentino, Marina Riccio
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